segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Após três anos, Dynamo reabre fundo para captação

As quedas dos preços das ações das companhias e as oportunidades criadas com esse movimento levaram um dos maiores e mais antigos fundos de ações do mercado brasileiro, o Dynamo Cougar, a reabrir para captações depois de cerca de três anos fechado para novas aplicações. Desde 27 de outubro, a carteira está aceitando novos recursos, mas, como é do estilo da gestora carioca desde sua fundação, isso ocorreu de maneira muito discreta, somente com um aviso em sua página na internet e uma carta encaminhada para os já cotistas. A idéia é manter o fundo aberto até o fim deste ano.  

Com filosofia de investimento de longo prazo e com foco em empresas escolhidas pelos fundamentos, governança e potencial de valor do negócio, a Dynamo tem clientes que possuem também esse perfil. "Nossos cotistas dos fundos aqui do Brasil estão conosco há muito tempo e obtiveram bom retorno ao longo dos anos, acredito que, por conta disso, não estamos tendo saques neste ano mais crítico", disse o sócio-fundador da gestora, Luiz Orenstein.  
Ele diz que por conta da longa experiência da equipe, que há muitos anos acompanha de perto as empresas, em momentos como o atual a Dynamo consegue ter um bom discernimento das companhias cujos papéis se desvalorizaram por motivos que não são relacionados aos fundamentos. "Esse é um momento complicado, porque há várias coisas acontecendo ao mesmo tempo; há ativos que tiveram redução de preços por conta de relações diretas ou indiretas com seus fundamentos, mas há outros que sofreram por fatores que nada têm a ver com isso, como a necessidade de fundos de liquidarem posições", diz Orenstein. 

O horizonte de longo prazo do fundo e dos clientes permite aproveitar melhor as oportunidades que surgiram na bolsa após as quedas dos papéis, na avaliação da gestora. Entre os papéis que a Dynamo comprou recentemente estão a Natura, Pão de Açúcar e Grupo Ultra.  
Mas se por um lado as quedas dos preços abriram um espaço que há tempos gestores com o perfil da Dynamo não viam no mercado, por outro a gestora avalia que o momento é difícil. "Uma certa correção de preços pode ser saudável a cria oportunidades, mas o que estamos vendo é algo que já passou do limite do conveniente", avalia Orenstein. Para ele, a a volatilidade deve continuar por algum tempo e as perspectivas para 2009 não são muito animadoras. "Lá fora deve ser bem complicado, embora aqui no Brasil deva ser mais razoável", diz o executivo.  
O Cougar foi criado no segundo semestre de 1993 e desde então acumula, de acordo com dados do site da Dynamo, retorno anual médio de 71,76%, enquanto o Ibovespa teve ganho médio anual de 47,14% no mesmo período. Este ano, em função da crise, o desempenho está negativo em 29,9% até o dia 13, enquanto o Ibovespa perde 43,6%.  
Ao todo, a gestora gerencia um patrimônio de cerca de US$ 1 bilhão. As aplicações mínimas no Cougar são de R$ 100 mil e voltadas para os investidores qualificados. A taxa de administração é de 2% ao ano com mais performance de 15% sobre o ganho que exceder o IGPM mais 6% ao ano. 

Fonte: ValorOnline

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